sexta-feira, 16 de maio de 2008

Para Carol

Hoje Ela acordou mais cedo. Chegou em casa, ontem, mais de duas da manhã. Olhou o relógio, trocou de roupa e se viu diante de um quarto vazio. Duas camas de solteiro. O sono já havia lhe tomado o corpo. Deitou, mas a irresistível vontade de olhar para o lado não a deixou descansar por completo. Onde estaria agora? Fazendo o que? A uma hora dessas já estaria dormindo. Amanhã será que vai à praia? Em Salvador é verão o ano todo.
Ela nunca se atreveu a escrever sobre a irmã. Nunca lhe pareceu possível e mesmo encorajador traduzir em palavras tamanho amor, carinho e cumplicidade. A cada tentativa, todas frustradas, via-se diante da incapacidade de falar sobre aquilo de mais simples e puro que possuía – esse laço que envolve, enaltece, conforta e enleva. Mas Ela ainda conservava na ponta da língua, e no meio do coração (por mais brega que isso possa lhe parecer – e isso lhe parece), a mesma pureza de quando criança. Cheiro de mato, risada de neném, os primeiros tombos e as primeiras palavras. O mundo se construiu assim. Uma ao lado da outra. Juntas, foram sempre arroz e feijão, sol e mar, forró e música. E agora, essa saudade repentina pareceu apagar todas as desavenças, implicâncias e rivalidades, típicas de irmãs (principalmente gêmeas) que poderiam existir entre as duas. Ê saudade boa. Saudade que Ela sente lembrando-se de que nunca estará só. Mesmo sozinha, estará sempre acompanhada. As duas, agora, são só ternura. As duas, agora, são só saudade.

4 comentários:

Anônimo disse...

confesso...chorei na frente do computador..

Unknown disse...

Lú!!!
q lindo!!!
tbm chorei, tá super inspirada einh????
bjusss

Anônimo disse...

Quanto mais longe vocês ficarem uma da outra com certeza mais unidas vocês ficarão. Mas para quem esta socinha no momento o coração é só sentimento e o crescimento e aprendizado é um ganho incalculável. Saudades Beijos.

Del disse...

=)