quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Jorge Henrique



Ele tinha nome de avô, provavelmente nascido na década de 20 ou 30. Podia também ser nome de galã de novela mexicana, daqueles que sofrem por amor e salvam a mocinha ao final da trama. Seu jeito era de menino recém chegado do interior, trazendo na mochila a saudade de casa e uma gama de valores e princípios vindos de uma família muito bem estruturada. Mas o que mais chamava atenção era o olhar. Olhar carregado de pureza, diferente daquela beirando a infantilidade e a bobeira. Era uma pureza madura, que gritava para ela a eterna criança que ele seria e se desvendava num sorriso capaz de acolher o mundo.
Não fosse o tamanho de sua cabeça, ela tinha certeza que o levaria para sempre num potinho. A vontade era essa: tê-lo, todos os dias, a seu lado. Mas isso já não era possível. Aqueles dias de aula pareciam chegar ao fim. Ainda faltavam alguns períodos (talvez metade de uma recente caminhada) e o tempo voava. E a cada dia, a certeza - o mundo era pequeno demais para ele. E ela sabia disso.

3 comentários:

Anônimo disse...

E a pureza que a garota via em seus olhos era simplesmente o reflexo do seu proprio olhar...

Elga Arantes disse...

Lindo!
Adoro "post-homenagem". Tenho sempre muito prazer em fazer e, também, em ler...
Beijos, flor!

DJ disse...

Olá, sou noa aqui, e gostei de chegar, prazer! Adorei a idéia de levar as pessoas boas e que gostamos em um potinho... Melor que pegar saci pererê em uma garrafa no meio de um moinho de vento debaixo de uma peneira!
Mas nem todo mundo cabe em garrafas ou potinho né!
...