sábado, 7 de março de 2009

Muito mais que sonhar,

Não precisava do Sol. Apesar de linda, a paisagem parecia não lhe preencher. A cidade era um pretexto. A viagem também o era. Sua vida até então se mostrou um pretexto para aquele dia acontecer.

A praça era grande, mas foi possível reconhecê-lo de longe e antes de se aproximar, já era possível sentir os primeiros sinais que lhe gritavam ‘é ele!’. E não tardou para que ela logo questionasse se teria sido também descoberta – ou apenas, reconhecida.

Eu não estava lá, mas senti de longe os cheiros leves e pude ver as cores bonitas do céu. Plagiando a morte, em “A menina que roubava livros”, era eu agora, a vida, presenciando o nascimento daquilo de mais simples e nobre que pode existir. Aquilo que a morte é incapaz de calar e que acompanha as almas por toda sua eterna existência.

E sem nada ver, senti-o nascendo entre eles. Seus olhares haviam sido fecundados e não era possível dizer em qual deles estaria o ventre que levaria o fruto desse encontro. Mas agora, quando os olhos enxergam 1800 km de estrada pela frente, posso dizer que dentro de cada um deles, está aquele momento.

2 comentários:

Anônimo disse...

Belo retorno a ativa!!! Tava sentindo muita falta (tanto que não resisti e até comentei..rs)

Mr. Bean disse...

vontade de ter sido um zangão e, de longe, ter admirado a vida se fazendo viva.