As crianças aqui brincam de chimbra. Passam o dia com chinelo de dedo e bermudinha, enquanto correm pelas ruas da Jaqueira. Seus joelhos guardam as marcas de cada brincadeira, os lembram de cada tombo e de cada dor. "Gostosa essa dor da infância". As bicicletas não param nem por um minuto. Aquele par de rodas é guiado, a cada volta, por uma criança diferente: apesar de levadas, aqui elas sabem dividir.
As brincadeiras se misturam aos sons vindos do bar - de uma gente que não tem trabalho fixo. Aos cheiros dos cachorros soltos na rua. E ao perfume das mães cansadas pelo serviço de casa.
Algumas já sabem cozinhar e varrer o chão. Outras não fazem mais que brincar. Poucas estudam. São crianças, apenas. E, às vezes, nos esquecemos disso. Perdemos a paciência quando o choro é estridente e, seguindo nossa limitada compreensão, mimado. Brigamos quando são desobedientes e nos irritamos quando são elas, na verdade, as irritadas.
Meus Deus, quem as ensinará a ter amor? Quem lhes dirá ser, o seu futuro, maior e melhor e mais digno do que jamais se imaginou ser? Que a terra o faça, se permanecerem negligentes os seres humanos, e nunca as abandone. São crianças, apenas.
2 comentários:
Lindas palavras.
Voltarei mais vezes para ler com mais calma o resto. Agora cedo estou sempre correndo (rs).
Apareça para conhecer FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER...
Saudações Florestais !
Eu sempre digo isso: A obrigação é nossa, de fazer com que as crianças aprendam o amor, a paciência, respeito. E só faremos isso com o exemplo. Ter uma filha, me fez entender isso, na prática. E o exercício é mais prazeroso que difícil.
Acho que mais que "são apenas crianças", São AS crianças, a parte mais importante das coisas mais importantes que existem na vida.
Sua escrita é sempre tão suave!!!
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Mas, moça, que delícia, Maceió??? Puxa, está trabalhando aí? Depois, envie fotos. Nunca estive aí, dizem que é um paraíso, né?
Beijos, flor.
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