segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Vinte e uma primaveras

Se, nesse momento, meu coração pudesse ser representado, não seria através do vermelho comum e das formas arredondadas que se unem, terminando como na ponta de um triângulo. Não, meu coração agora não tem essa forma...

Meu coração são aqueles sorrisos. Sorrisos doces e cheios de cor daquelas crianças que abrem suas almas e as entregam em minhas mãos, quando brincamos de queimada, jogamos capoeira e corremos pelas ruas da Jaqueira – eu, numa tentativa já sabidamente frustrada de escapar das mãozinhas e dos abraços, quando afirmam orgulhosos “peguei,tia!”.

Meu coração é o abraço daquela mãe, que se felicita por me oferecer um copo d’água. Ela não sabe, mas é esse o melhor copo d’água de minha vida. É água que dá a vida. E é também aquele olhar profundo e confiante de uma nova amiga, responsável por amar, educar e transformar em homens seus cinco meninos.

Ele possui, ainda, a forma da esperança, aquela que se revela quando fecho os olhos e é sobre uma certeza que minha alma pousa. Certeza essa, mesmo que inquietante, alentadora. E nem por isso carregada de paradoxos. Ao contrário... Esperança naqueles olhos de mar, capazes de ser o Salvador de todos os meus momentos por vir. Capazes de tingir de amarelo, vermelho, laranja e azul Royal todos os meus dias.

Ele, o meu coração, tem uma melodia de Oswaldo e vibra ao sentir a força do atabaque e a gravidade do cajón; e se emociona ao som da flauta doce, doce como ele próprio.

É Sol. Sol que aquece e é a fonte de todas as coisas que há em mim. Aquele que dá vida e ilumina os caminhos, porque ainda que carregado de representações belíssimas – e reais – esse meu coração é um campo vasto e desconhecido. Há de ser fertilizado.

E a intensa busca bem conhecida por ele será então satisfeita, quando perceber que é, sim, em suas cidadelas que estão todos os segredos do Universo. Tão coloridos, tão intensos, tão vivos. E como é fácil perceber! Vê-de. Quão evidente e, ao mesmo tempo tão tênue! Basta olhar e ver. Porque metade de mim é amor. E a outra metade também.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Sabedoria maior

29/10/2009
Preconceito
Era uma vez o menino negro que estudava em uma escola chamada Sérgio Luiz. Os meninos que estudava na mesma escola ficavam humilhando ele, chamava de negro safado e disse que não era para ele estudar na mesma escola. Então o João foi dizer a professora. A professora chamou a mãe de João e as mães dos meninos. O meninos pediu desculpas a João, que foi humilhado.
Por isso que não podemos fazer o que aconteceu, porque nós samos diferentes por fora e igual por dentro.

Texto de Weudes de Jesus Santos, 10 anos, morador de Chã da Jaqueira