terça-feira, 13 de julho de 2010

O menino segura em suas mãos uma bola
De longe, já posso vê-lo.
Momentos tão graciosos...
Bailarino que és, dança seu futuro
E comemora os doces suspiros
que por hora lhe são concedidos.

O menino lança as mãos para o céu.
É bola solta no ar
E quando, imensa e redonda, beija seus pés
Se abre em riso frouxo. Largo. Espontâneo.
Ansioso por conhecê-la por inteiro,
ele rapidamente a apanha e a toma em seu colo.

É quando percebe: há vida ali!
Tão perto de si...
Menino e bola dançam
E embora a princípio pareçam ouvir diferentes melodias,
já posso fitá-los em sintonia.

Há vida. E há também sintonia.
A bola, até aquele instante espelho de cor,
torna-se intensamente azul.

E o menino com sorriso nos olhos -
sabedor das alegrias por vir -
festeja o azul.
O maior que há no mundo!

Há vida aqui.
De dentro do menino vejo:
Há vida!
E ela é azul.

2 comentários:

Mami disse...

Querida filha, eu já estava ansiosa pra ler mais um dos seus textos, cada vez mais inspirados. Adorei. Quanta saudade!
Bj grande,
Mami

Mr. Bean disse...

Li, agora, um trecho de Clarice Lispector q diz assim: "Eu só escrevo quando eu quero, eu sou uma amadora e faço questão de continuar a ser amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever, ou então em relação ao outro. Agora, eu faço questão de não ser profissional, para manter minha liberdade". assim mesmo, saudade de suas letras!