sexta-feira, 27 de abril de 2012

Percebi o quanto estou sem escrever, quando hoje me arrisquei a desenhar algumas palavras que, acredito eu, deveriam saltar dos meus dedos. Pensei sobre os motivos que, quem sabe, me teriam afastado daquilo que durante tanto tempo serviu como escape, espelho, estudo. E, incrivelmente, notei o tom melancólico com o qual descrevia os sentimentos daqueles que ganhavam vida em minhas doces histórias.Angústia, insegurança e uma saudade doída coloriam monocromaticamente os passos naquelas trajetórias e confundiam o leitor que, diante de suaves paradoxos, não percebia o gole seco de realidade que lhe agarrava as entranhas.

E, agora, quem não os percebe sou eu. Desde o nosso novembro, já não encontro dentro de mim aquilo que um dia alimentou os solos áridos de minha memória. Não há a seca, assim como não há aquilo que se esvai feito água. Nosso pequeno rio se transformou em mar. E levou o que era vida sem Raul.

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